Sua couraça é empapada por um óleo fétido que deixa um rastro tenebroso por onde passa, por toda sua superfície se encontram protuberâncias asquerosas e assustadoras. Quando vocaliza suas vontades elas causam desespero e agonia a todos que estão em sua volta. Sua língua tem a habilidade de sufocar qualquer ser vivo em efêmeros segundos. Esbraveja insanamente ao menor indício de paz, o que, por sinal, considera como algo perturbador e dispensável. É dono de um egoísmo sem igual, além de sentir um prazer orgástico em despedaçar os aspectos psíquicos de quem ou o que atravessa seu caminho. Odeia carregar os mesmos fardos que, constantemente, impõe às outras criaturas. Ridiculariza e faz de tudo para impor sua ilusória superioridade aos que, por alguma falta de fortuna, tem-lhe por perto. Como companheira foi-lhe eleita uma serpente que, originalmente, tinha em mente devorá-lo vivo para saciar suas ambições. No entanto, a criatura ficou tão enorme, que não podia mais atravessar a mandíbula móvel do réptil vil. Seu grande mentor é um abutre albino, que nos dias de hoje, ainda sobrevoa sua cabeça, a fim de confiscar suas torpes conquistas e deixar-lhe apenas migalhas, o que aceita com prazer, pois não há nada mais importante para si do que a subserviência ao seu mestre. Dizem que existem algumas crias de natureza variada, que de tempos em tempos são condenadas a purgarem em companhia desse ser maldito. Mas nada tão fatídico quando o destino do ofídio que, querendo ser maior do que podia, acabou viciado no sofrimento imposto pela companhia do temível Sapo-Boi.
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