sábado, 6 de abril de 2013

Sete dias.


Depois do descanso foi decretado um estado de calamidade continua durante sete dias. No primeiro dia ele assistiu especialistas regurgitarem teorias que podiam salvar sua vida ,quando o ferro e o fogo tomassem conta do oceano. No segundo dia ele teve um encontro repentino com uma figura divina de feições perfeitas e um olhar cativante, que jurou proteção aos seus queridos, desde que assinasse um contrato com suor e sangue. No terceiro dia ele foi obrigado a atravessar um rio de chamas mortais, e mesmo com medo, depois de cumprir a tarefa, se sentiu bem. No quarto dia sua alma, acompanhada de mais vinte e três, se agarraram a dispositivos de sobrevivência mutua, após terem se lançado voluntariamente a um lago de águas turvas. No quinto dia ele assistiu a história do imaginário humano, exposta sobre papéis e telas complexas, nesse dia quando chegou ao seu lar teve seu coração perfurado pelo ódio. No sexto dia testemunhou obras inacreditáveis, se entregou a gula e desejou a companhia certa para a noite perfeita. No sétimo dia o sol lhe cegou, rezou em vão, e desejou outra realidade, pois seu calabouço e seu carrasco já estavam a sua espera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário