sábado, 13 de abril de 2013

Campeões vespertinos.


Lembrei-me de uma época negra, em que vivia acompanhado por campeões, e conosco sempre estavam os espólios gloriosos de batalhas, que ainda hoje podem ser ouvidas. Nesse mesmo período, conheci gigantes de uma ilha distante, que entoavam canções curiosas e que serviram de inspiração para fragmentos textuais, que, por várias vezes, foram vistos como marginais por membros ignorantes de uma sociedade sórdida. Os gigantes nos aconselharam, a mim e aos campeões, a nunca falarmos sobre a morte, pois um mago paranoico poderia, com a ajuda de uma mulher maléfica, nos conduzir ao desespero profundo e sem fim. Em uma vila sonolenta nós visitamos uma caravana interplanetária. Compramos mantimentos para a continuação de nossa jornada e trocamos uma nota musical por uma aliança carnal entre um anão bárbaro e uma serpente albina. Testemunhamos crianças que saiam de suas covas em busca de mudanças para seus futuros arruinados. Ouvimos contos que eram apresentados em coro por homens férreos, torturados pela amargura de não haver mais vagas nem no céu nem no inferno para suas almas malditas. Nesse momento, um buraco se abriu nos céus e de lá, cavalgando em um animal de dez cabeças, apareceu um cavaleiro de neon. Ele trazia em sua mão esquerda uma espada de prata, e na direita uma mensagem datilografada em código binário. Depois de sessenta e oito horas descobrimos que deveríamos marchar para o norte, onde havia uma missão vital para concluirmos. Seguimos a sétima estrela e depois de nascermos novamente chegamos ao nosso destino. Desumanizamos o ídolo eterno, envenenamos o poço dos desejos, levamos um povo à liderança, sabotamos um castelo de fumaça, escrevemos feitiços na pele de um cordeiro, e depois de termos libertado nossas mentes das preocupações de um cotidiano inexistente, falecemos na promessa da juventude eterna.

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