- E ai?
- E ai...
- Então, o que você acha que nos torna especiais?
- Como é que é?
- É. O que você acha que nos torna especiais?
- Como assim?
- Pois é. Como assim. Esses dias eu li uma frase que dizia mais ou
menos o seguinte: “Só não jogo tudo para o alto por que depois vou ter que sair
catando.”. Me soou mal, com um tom covarde, dessas pessoas que morrem de
insatisfação pelo que são e pelo que tem, e ao mesmo tempo morrem de medo de
arriscar, de tentar mudar a mediocridade de suas vidas.
- É estranho mesmo.
- Então, e quanto a nós? O que andamos fazendo para não sermos vítimas
desse mesmo mal?
- Muito pouco, eu acho. Tá foda.
- É tá foda.
- O pior é que a gente não tem muito que fazer, a não ser esperar.
- Esperar e ver o desenrolar das coisas, é meio que uma atitude
preguiçosa, não?
- É.
- Bom eu só espero que a lição aprendida aqui seja muito boa, por que
não tá fácil.
- É.
- Enfim, acho que o mais importante são as perguntas que nos fazemos, e
como às respondemos.
- Não entendi.
- É. Tipo assim, vale realmente a pena passar por tudo isso? Vale o
tempo e o estresse?
- A tá, é algo a se pensar.
- Mas eu não sei se essa é a pergunta certa.
- A pergunta certa deve ser: “Eu sou feliz?”. Acho que isso já é o
suficiente.
- É, mas eu acho que a gente tem que ir além. Acho que a pergunta certa
é: “Eu me admiro pelo que eu sou?”. Isso sim pode fazer diferença na forma com
que enxergamos nossas vidas.
- Verdade. Acho que isso pode nos mudar para o bem, ou para o mal. É
quase que uma armadilha.
- Se soubesse disso antes não teria investido em um clima tão abafado,
teria ficado com a brisa suave que soprava na minha antiga varanda.
Se soubesse disso antes teria ficado no segundo ano do ensino médio, na praia, com a brisa suave da cidade....
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