Em meio aos turbilhões de fantasias que habitavam em mim, recebi uma notícia que ainda estava por vir. Testemunhei durante dias minha singela, porém muito aguardada, vitória sobre os aspectos corpóreos compostos por poesia e inspiração. Também compreendi que outros astros poderiam pairar através do firmamento, caso minha dinâmica metafisica pessoal tomasse forma e agisse conforme a torrente de devaneios transitórios que preenchem meus poucos e raros instantes introspectivos. Tudo bem, eu pensei, mas o que eu queria de fato e imediatamente era possuir aquela imagem que se materializava no reflexo vivaz e impetuoso do meu espelho. Nessa duplicata de gênero diferenciado eu vislumbrava fartas gargalhadas, argumentações velozes, personalidade intensa e uma tentadora constituição delgada, misteriosa e, muito provavelmente, narcótica. Vislumbrei os céus e, como os condenados que tem a alma purificada pela tortura pungente do carrasco, a única coisa que me restou foi a proclamação de uma súplica: Caminho tortuoso que nos conduz, tende piedade de nós.
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