terça-feira, 16 de julho de 2013

O que virá?

Em uma garrafa de vinho e em uma sinfonia vocalizada por metais dourados e tubos gloriosos, eu achei a porta para um novo universo. Inspirado, decidi caminhar pela estrada de vidro que se materializou diante de mim. O problema é que meu sapato era de aço e a estrada se quebrou depois de 330 dias de caminhada. Cai então em um turbilhão de carne e de um fluído que ainda não identifiquei. Foi bom, mas passageiro. O mais interessante é que essa experiência deixou de ser interessante depois que descobri que a cortina de fumaça que condensa nossa personalidade, pode ser removida com um olhar firme e brados lineares, não havia mais sentido em insistir em reviver algo que já se havia aprendido. Assim mudei a conjuntura. Despejei-me em um poço de notas agudas e efeitos colaterais áridos e dolorosos. A sombra que pairava sobre minha cabeça se foi, não de uma vez como eu desejava, mas aos poucos, o mais engraçado é que pela manhã ela sempre era mais intensa, e depois da farta refeição do meio do dia também, mas a noite era só um eco longínquo, ilusório e prófugo. A expectativa de viver arte me aguçava ainda mais a vontade de passar o tempo com comprometimento. Logo chegaria a hora em que eu estaria envolto em um jardim recheado de árvores frutíferas e intensamente produtivas, na realidade esse era meu maior incentivo. E a mudança de conjuntura veio na hora certa afinal. Não poderia de forma alguma entrar nesse viveiro formidável como um pequeno e indefeso mamífero, se eu tinha o intuito de coexistir com esses monumentos naturais. Muito menos como um larápio pronto a violar os frutos dessas espécimes ímpares para saciar sua sensação de vitória e usurpação.  Deveria invadir esse cenário marchando rumo a minha satisfação, pronto para me exaurir, e disposto a consumir todos os frutos disponíveis até o último grama. Destino privilegiado? Não, apenas esperanças efêmeras.

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