É muito difícil
lhe dar com o sentimento de rejeição intenso que eu estou passando neste
momento. Eu me sinto perdido, desorientado, revisitando o passado como se ele
pudesse ser modificado somente pela minha vontade das coisas terem sido
diferentes. Infelizmente tudo se construiu para que os fatos fossem exatamente
como eles foram e para que o contexto atual fosse exatamente como ele é. Eu
tenho uma dor dentro de mim que não vai embora. É a solidão, é o sentimento de insuficiência,
é a tristeza de ter sido trocado e substituído. De ter sido humilhado e ter
sido exposto e vitimado à atos de covardia. Quando eu penso em tudo, me pergunto
constantemente, por que fui odiado dessa maneira. Eu tentei oferecer amor,
tentei me esforçar para buscar mudanças, mas nunca vi ou percebi os atos recíprocos
que esperava. Eu errei também. Isso certamente contribuiu para que eu perdesse
nossa relação. Fui imaturo, talvez sonhador demais, iludido e não prático, principalmente quando a vida pedia isso. Tomei ações certas, mas com estratégias erradas,
certamente isso minou também o sentimento que havia ali. Me pergunto muito sobre quando você deixou de me amar, quando você olhou para mim e percebeu que não
havia mais sentimento, pelo menos não o sentimento de amor passional. Que melancolia
dolorida sinto agora. Não há resposta em nenhum lugar que eu procure,
apesar delas existirem. Eu sinto a sombra do passado sempre presente em mim, e
eu tenho ainda uma tendencia a perceber somente as projeções boas que essas sombras trazem. Mas
eu me lembro sim das crueldades, da ausência sutil, do desprezo pelos meus
carinhos, do desdém pelas minhas ofertas constantes de amor e paixão. Eu sempre
achei que você não sabia comunicar essa linguagem pela dificuldade que você
teve na sua trajetória em recebê-la, sobretudo no seu crescimento e criação, mas hoje tenho minhas dúvidas.
Não sei se é isso, ou se você se cansou rápido demais de mim, ou se as
decepções foram grandes a ponto de matar qualquer chance desse traço se
manifestar. Eu nunca amei ninguém do jeito
que te amei, e achei que nosso companheirismo seria eterno, constante e pautado
no prazer imenso da nossa companhia. Mas novamente eu estava errado, e hoje o
que há em mim é a certeza da insuficiência. Eu não fui o bastante, eu não sou o bastante.
Me sinto apequenado, abatido, reduzido a algo insignificante, indigno de amor.
Me sinto conveniente e útil, uma peça para uso, somente. Tenho um buraco em
mim. Eu estou perdido, e talvez isso também tenha sido motivo para você querer
se afastar. Inconscientemente você não se sentiu segura ao meu lado. Fora
tantas outras coisas. Hoje eu acho que no seu íntimo, você quer que eu saia da
sua vida. Você quer que eu seja só uma memória, e que eu não traga à tona
nenhuma razão para você ter culpa pelas coisas que aconteceram. Mas eu não
errei sozinho. Hoje eu sei que nunca mais aceitarei nenhum mero sinal ou intenção se
quer de humilhações ou ainda tolerarei nenhum mínimo ato de covardia contra mim, e
sei também que entregarei tudo a quem quer que eu ame daqui para frente. Amor,
respeito, consideração, companheirismo, segurança, tudo. Mas enquanto esse amor
não chega, eu tento te esquecer, e tento sofrer um pouco menos a cada dia,
mesmo que estes pareçam não ter fim, sobretudo nessa dor que faz com que o
tempo não passe. Essa noite, eu sonhei que morria.
domingo, 25 de agosto de 2024
As mulheres da minha vida.
As mulheres da minha vida, que são da minha vida, que passam pela minha vida, que ficam na minha vida, que conturbam minha vida, que inspiram minha vida, que maltratam minha vida, que dão sentido para minha vida, que me constroem em minha vida, que acabam com minha vida. Dia a dia, pouco a pouco, estocadas dadas, uma por vez, para que eu sinta tudo, não de uma vez, e não por ter que ser assim, simplesmente por ser, sempre, antes, durante e muito depois.
Assinar:
Postagens (Atom)